A incompatibilidade entre o catolicismo e o palamismoA incompatibilidade entre o catolicismo e o palamismo

A modo de introdução à controvérsia hesicasta e à doutrina de Gregório Palamas, ou palamismo, é suficiente a leitura do artigo extraído da Enciclopédia Católica aprovada em 1910, publicado em nosso site1. Para esse fim, também pode servir a seguinte citação de Gregório Palamas, que demonstra um dos aspectos da doutrina palamita sobre Deus: “De fato, nem tudo o que é predicado (de Deus) denota a substância (de Deus), pois é predicado d’Ele a relação, que é relativa e se refere às relações com outro, mas não indica substância2. Assim também o é a energia divina em Deus, pois ela não é substância nem acidente, conquanto seja chamada de quase-acidente por alguns teólogos que estão apenas indicando que ela está em Deus, mas não é a substância(Os 150 Capítulos, cap. 127).

Este artigo tem sobretudo como fim expor alguns teólogos católicos confirmando o fato de que o palamismo é incompatível com o catolicismo, pela oposição do palamismo à doutrina católica, e assim se opor com tal fato ao incoerente e condenado ecumenismo atual de tentar conciliar a doutrina dogmática dos católicos com a dos que se dizem ortodoxos, que incorreram em cisma e em heresias por dogmatizarem o palamismo e rejeitarem vários dogmas católicos com relação ao papado, à eterna processão hipostática de origem do Espírito Santo pelo Filho3, à Imaculada Conceição, e com relação a outras verdades de fé católica definidas no último milênio.

No entanto, neste artigo também convém constatar que tal fato se opõe também à falsa autoridade dos que hoje incorrem em heresia sendo parte da seita modernista que usurpa a Cátedra Romana de São Pedro desde 1958, após a morte do Papa Pio XII, e que se institucionalizou com o conciliábulo ocorrido entre 1962 e 1965, chamado “Concílio Vaticano II”, onde foram postos como fundamentos da nova e falsa igreja do Vaticano II o ecumenismo e a liberdade religiosa4, fazendo assim com que se tenha por “pecado muito grave” converter os cismáticos e hereges que se dizem ortodoxos5 e com que igrejas orientais em comunhão com essa seita do Vaticano II, outrora igrejas católicas uniatas, incorram em inúmeras contradições6, como a de passarem a cultuar, inclusive dentro de suas liturgias, o herege, e assaz averso à Roma, Gregório Palamas7, contradizendo a definição do Sínodo de Zamosk em 1720: “O Santo Sínodo não somente proíbe o culto de Gregório Palamas, enquanto santo, ou de celebrar o dia de sua festa, mas também proíbe de nomeá-lo em nossa Igreja, sob as penas prescritas contra os cismáticos”8.

Nota bene: este artigo está sujeito à ampliação de autores e citações.

Cardeal Vicenzo Ludovico Gotti, O. P. (1664-1742)9

Em sua obra, Theologia Scholastico-Dogmatica Juxta Mentem Divi Thomae Aquinatis, In Primam Partem, Quaest. III De Divinis Attributis, Dubium 1, ele afirma: “Gregório Palamas (de quem a seita palamita recebe o nome) foi primeiro um monge e depois um Bispo cismático de Tessalônica em meados do século XIV”.

Em seguida, o Cardeal Gotti descreve a doutrina palamita e afirma: “Contra eles, digo: A sentença de Palamas, de uma distinção real entre a essência divina e suas operações, é um erro tolo (stolidus) e ímpio… E seu erro ímpio, que torna as operações de Deus não apenas distintas d’Ele, mas também incriadas, consequentemente cria mais Divindades e mais Deuses; uma vez que essas Divindades ou seriam substâncias subsistentes e, portanto, haveria muitos Deuses, ou seria acidentes, portanto, postulando acidentes em Deus, o que não pode ser admitido, como mostramos acima… Eles também dizem que essa pluralidade de objetos incriados e de divindades pode existir em planos superiores e inferiores. Mas quem não vê que tudo isso se transforma em paganismo…?”.

Em uma questão posterior, ao falar sobre a possibilidade da visão beatífica, ele opõe a “visão da seita palamita” à “visão católica”.

Jacques-Hyacinthe Serry, O. P. (1659-1738)10

Na primeira parte em que trata de questões teológicas, ele afirma: “Gregório Palamas, Arcebispo de Tessalônica, cujo erro toda a Igreja cismática grega adotou no Sínodo de Constantinopla, chamado por alguns de 9º Concílio Ecumênico. Eles anatematizaram Barlaam e Akyndous… Não se pode dizer que esse erro difira da heresia de Gilberto de Poitiers”.

Em seguida, ele explica que os palamitas postulam uma distinção real entre essência e energias, e conclui: “É de fé católica, de acordo com a explicação definitiva do Concílio de Rheims, que nem entre as relações e a essência, nem entre uma e outra propriedade absoluta, nem entre elas e a essência, há uma distinção real simpliciter” (Ibid.).

Charles René Billuart, O. P. (1685 –1757)11

Em sua Summa Summae S. Thomae, De Attrib. Div. in Com., dissert. II, art. II, ele coloca os palamitas entre os hereges condenados e diz que a sentença oposta foi definida pela Igreja: “Em primeiro lugar, digo – contra o Gualterum, o Abade de Fiore, os palamitas e Gilberto de Poitiers – que nem os atributos entre si, nem entre eles e a essência, nem as relações e a essência se distinguem entitativamente na realidade: porque a sentença oposta está nos Concílios de Latrão e de Rheims”.

Alexander Natalis, O. P. (1639 – 1725)12

Em sua célebre obra de História Eclesiástica, ele chama os palamitas de “loucos”. Depois de descrever a origem da controvérsia, ele diz: “O ‘campeão’ de infame doutrina deles foi o maior obstinado Gregório Palamas… Esse Palamas afirma que as operações de Deus são realmente distintas de essência de Deus, inferiores a Ela e protegidas por Ela como uma causa… Ele chama essas operações de nada menos que divindades. Assim, com muita razão, Demetrius Cydones, na lib. adv. Palamam, e Manuel Calecas, lib. de essentia et operatione, objetam que ele admite muitos deuses” (Hist. Eccl., t. 15, cap. 3, art. 14).

Garrigou-Lagrange, O. P. (1877 – 1964)13

Seguindo a tradição dominicana, ele escreveu um comentário muito conhecido e profundo sobre a Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino. Em seu comentário sobre a primeira parte da Suma, onde trata da possibilidade de um intelecto criado ver a essência de Deus, ele dedica uma pequena seção aos erros condenados e coloca os palamitas ali: “Aqueles que negam a possibilidade da visão intuitiva de Deus usam os argumentos expostos por Santo Tomás no início deste artigo… Sob Inocêncio III, Almaricus cometeu o mesmo erro. Mas os palamitas do século XIV, que negaram a possibilidade da visão beatífica, sustentaram que a natureza divina não pode ser vista nem mesmo sobrenaturalmente pelo intelecto criado… Os gregos, em quatro pseudo-sínodos, aceitaram essa doutrina” (De Deo Uno, q. 12, a. 1).

Cardeal Dionysius Petavius, S. J. (1583 – 1652)14

Em seu Opus de Theologicis Dogmatibus, De Deo Deique Propriet, lib. 1, cap. XII, ele chama repetidamente o palamismo de “a heresia de Palamas”. No capítulo seguinte, ele diz que a posição de Palamas é “heresia em nosso entendimento (i.e., segundo a doutrina católica)”, e após argumentar contra tal posição, ele conclui: “Pelo que foi dito, é evidente como os palamitas, hereges modernos, estão errados, e como eles diferem fortemente de Dionísio e de outros Padres”. Nesse mesmo capítulo, ele também refuta Palamas, provando que sua doutrina leva ao politeísmo. Por fim, conclui: “assim, uma vez que existem várias energias distintas na realidade umas das outras e realmente distintas da essência, Palamas postula a existência de vários deuses”.

Cardeal Franzelin S. J. (1816 – 1886)15

Em seu Tractus de Deo Uno Secundum Natura, sect. II, cap. I, t. XII, ele diz: “Frequentemente, os Padres distinguem entre a cognição de ‘se Deus é’ e ‘o que Deus é’”.

Franzelin passa então a citar alguns Padres que fazem essa distinção. Ele continua: “Mas isso não deve ser entendido em um sentido absoluto; porque se fôssemos ignorantes sobre ‘o que Deus é’ (isto é, sua essência) em um sentido absoluto, não seríamos capazes de saber ‘se Deus é’, e assim cairíamos no erro gnóstico do Deus supremamente ignorado… contra o qual Irineu e Tertuliano combateram. Por essa razão, os Padres, em suas disputas contra os eunomianos, frequentemente uniram o conhecimento do Ser de Deus com o conhecimento das perfeições e atributos de Deus, na medida em que se torna conhecido a partir das operações e manifestações divinas…; mas eles excluem o conhecimento da essência em si mesma (essentia ut in se est), afirmado por Eunomius…”.

Franzelin passa então a explicar os possíveis conhecimentos da essência de Deus (nesta e na próxima vida) de acordo com os escolásticos. Franzelin deixa a nota de rodapé para o texto citado acima: “Essa doutrina mais verdadeira dos Padres foi mal utilizada no século XIV por Palamas e seus discípulos, propagando a defesa de um erro absurdo entre os gregos, que as operações eternas (energias) em Deus são realmente distintas da essência de Deus, e essas energias podem ser vistas, enquanto a essência permanece inacessível. Para isso, veja o De Deo Uno de Petavius”.

Franzelin recomenda, como em muitos outros casos, que o leitor veja os escritos de Petavius, muito radicais em suas acusações contra Palamas, como vimos.

Joseph Pohle, S. J. (1852 – 1922)16

Em seu livro “God: His Knowability, Essence and Attributes”17, ele coloca o palamismo junto com a heresia condenada do Gilberto de Poitiers e diz o seguinte: “Dois séculos depois, surgiu entre os gregos cismáticos a heresia dos palamitas, assim chamada por causa de seu autor, Gregório Palamos. Dois sínodos constantinopolitanos (1341 e 1347 d.C.) não se envergonharam de proclamar tal heresia como um dogma cismático. O mais essencial erro palamita pode ser declarado da seguinte forma: entre a essência e a atividade de Deus há uma distinção real, na medida em que a última irradia da primeira como algo inferior, conquanto ainda seja, de algum modo, divina. Exceto entre as Hipóstases Divinas, nenhuma distinção real pode ser admitida como existente na Divindade, porque se houvesse nela qualquer tipo de distinção real, a Essência Divina consistiria em partes distintas, o que é repugnante. São Bernardo de Claraval, com justiça, atribui essa visão errônea ao politeísmo: “Diz-se que muitas são em Deus, e por certo em um sentido correto e católico, mas tais coisas são uma só (por se identificarem com o Ser de Deus); caso contrário, se pensarmos que são diversas (do Ser de Deus), não teríamos uma quaternidade, mas teremos uma centena, teríamos um Deus múltiplo”18.

Ludwig Ott (1906 – 1985)

Foi teólogo, médico, professor e autor da famosa obra “Fundamentals of Catholic Dogma”, onde afirma que a identidade entre os atributos e a essência divina é de fide e coloca Palamas entre os hereges, cuja doutrina já havia sido condenada pela Igreja.

“A razão está na absoluta simplicidade de Deus. A aceitação de uma distinção real (distinctio realis) levaria à aceitação de uma composição em Deus e, com isso, a uma dissolução da Divindade. No ano de 1148, um Sínodo em Rheims, na presença do Papa Eugênio III, condenou – por instância de São Bernardo de Claraval – a doutrina de Gilberto de Poitiers, que, de acordo com a acusação de seus oponentes, assumiu uma distinção real entre Deus e a Divindade (DeusDivinitas), entre as Pessoas Divinas e Suas propriedades (Paterpaternitas), e, de acordo com os relatos de seus oponentes, também, entre a Essência Divina e os atributos Divinos. Essa acusação dificilmente pode ser demonstrada pelos escritos de Gilberto. Contra essa doutrina, o Sínodo afirmou a identidade factual de Deus com a Divindade, isto é, com a Natureza Divina e as Pessoas, bem como de Deus e Seus atributos: “Cremos e confessamos que a natureza simples da divindade é Deus e não pode ser negada em nenhum sentido católico, que a divindade seja Deus e Deus seja a divindade… cremos que ninguém pode ser sábio senão pela (participação da) sabedoria que é o próprio Deus, e que ninguém pode ser grandioso senão pela (participação da) grandiosidade que é o próprio Deus”19. O Concílio de Florença explicou no Decretum pro Jacobitis (1441): “(em Deus) tudo é um, onde não há uma oposição da relação” (Denzinger, n. 703). Na Igreja Grega, a seita místico-quietista do século XIV dos Hesicastas ou Palamitas, assim chamada em homenagem ao monge Gregório Palamas, ensinou a distinção real entre a Essência Divina e a Eficácia Divina ou os atributos Divinos. Enquanto a primeira foi tida por incognoscível, a última foi tida por concedida à humanidade em um estado de oração contemplativa através de uma luz divina incriada (“Luz de Tabor”). Com isso, eles distinguiram um aspecto superior e um inferior, um invisível e um visível da Divindade”.

Juan de Consuegra, O. F. M.

Ele foi um notável franciscano do século XVIII. A reação dos scotistas também foi agressiva contra Palamas. Em seu Cursus Dogmatico Historico, ao discutir a eternidade de Deus, ele diz que “os monges palamitas fizeram uma insurreição contra a eternidade de Deus”. Em sua visão, os palamitas eram claramente hereges. Ele então argumenta contra eles valendo-se das Sagradas Escrituras e do testemunho dos Padres da Igreja.

Josepho Thuring, O. F. M.

Ele é outro scotista notável do século XVIII. Em sua Dissertatio Scoto-Theologica Dogmatico-Scholastica, no art. 1, §3, onde trata dos atributos divinos, ele lista entre os erros o de “Palamas Palamitas”. Ele parece estar extraindo a maior parte das informações e da linguagem de Gotti e Natalis: “Gregório Palamas (de quem a seita palamita deriva seu nome), foi primeiro um monge, depois o arcebispo cismático de Tessalônica em meados do século XIV… Ele afirmava que as energias, ou operações, de Deus são realmente distintas de Sua essência, inferiores a ela e protegidas por ela como uma causa… Ele chama essas operações de nada menos que ‘divindade’… Eu digo: A sentença de Palamas de uma distinção real entre a essência de Deus e Suas operações é um erro tolo e ímpio. É tola… afinal o quê, além da substância de Deus, transmitiria a ‘deidade’? […] É também ímpio porque as operações de Deus, distintas de Deus, fazem muitos seres incriados, muitas divindades e muitos deuses: essas divindades ou são substâncias subsistentes e, consequentemente, múltiplos deuses, ou são acidentes e, portanto, colocam acidentes em Deus, o que em Deus não se admite, pois, pela dependência do sujeito, tais acidentes não poderiam ser incriados”.

Notas

  1. Disponível em https://www.zelanti.net/posts/hesicasmo 
  2. O que é falso! As relações de Deus e a substância de Deus (que é o mesmo que natureza ou essência de Deus) se identificam na realidade, o que é dizer que entre elas não há uma distinção real, e isso é uma verdade de fé católica, de modo que entre elas só pode haver uma distinção virtual ou mental (chamada também de distinção de razão), conforme explicado por Santo Tomás de Aquino na Suma Teológica, prima pars, q. 28, a. 2. Essa verdade de fé se encontra nos Padres da Igreja latinos e gregos, como em Santo Atanásio: “Se Deus é simples, como de fato o é, então, muito claramente, quando falamos ‘Deus’ e mencionamos o Pai, não estamos mencionando algo em torno de Deus, mas estamos significando a própria essência (que é o mesmo que substância) de Deus” (De Decretis, n. 22, c. 351, sobre o Concílio de Niceia 
  3. “Foram produzidos textos das Sagradas Escrituras e de muitas autoridades de Santos Doutores orientais e ocidentais, alguns dizendo que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho (filioque), outros dizendo que a procissão é do Pai pelo Filho (per Filium). Apesar dos termos diferentes, todos estavam buscando o mesmo significado… Em nome da Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, definimos, com a aprovação deste santo e universal Concílio de Florença, que a seguinte verdade de fé deve ser crida e aceita por todos os cristãos e, portanto, todos devem professá-la: o Espírito Santo é eternamente do Pai e do Filho, e tem sua essência e seu ser subsistente através do Pai junto com o Filho, e eternamente procede de ambos como de um único princípio e uma única espiração” (Concílio de Florença, Bula Lætentur cœli). 
  4. Sobre o ecumenismo e a liberdade religiosa, leia-se o artigo “As heresias do Concílio Vaticano II”, pelo Bispo Donald Sanborn, publicado em nosso site: https://www.zelanti.net/posts/as-heresias-do-concilio-vaticano-ii 
  5. É o que disse o atual usurpador da Cátedra de São Pedro, que se apresenta como “Papa Francisco”:
    https://web.archive.org/web/20201026051820/https://www.lifesitenews.com/news/pope-very-grave-sin-for-catholics-to-try-to-convert-orthodox

    Negando, ao menos implicitamente, o dogma da absoluta necessidade de todos, inclusive dos “ortodoxos”, de professarem integralmente fé católica para pertencerem ao Corpo da Igreja e assim obterem a salvação eterna: “A Santa Igreja Romana firmemente crê, professa e ensina que nenhum dos que estão fora da Igreja Católica, não só os pagãos, mas também os judeus, os hereges e os cismáticos, poderá participar na vida eterna; mas que se condenarão ao fogo eterno que foi preparado para Satanás e seus Anjos (Mt. 25, 41), a não ser que se unam à tal Igreja antes de morrer; e que é tão importante a unidade do Corpo da Igreja que somente aos que nela permanecem lhe aproveitam, para a salvação, os Sacramentos dela e os prêmios para a eternidade provenientes dos jejuns, das esmolas, das demais obras de piedade e dos exercícios do dever cristão. E que ninguém, por mais esmolas que dê, ainda que derrame seu sangue pelo Nome de Cristo, pode se salvar se não permanecer no seio e na unidade da Igreja Católica” (Papa Eugênio IV, Cantate Domino, Denzinger, n. 714). 

  6. Pela aproximação com a seita do Vaticano II, nem os que se dizem ortodoxos estão isentos dessas contradições, conforme se vê, por exemplo, na declaração feita em 1993 no Balamand, Líbano, onde representantes de 9 “igrejas ortodoxas” e as “autoridades” da seita do Vaticano II concordaram em afirmar que a dogmatização de que fora da verdadeira Igreja de Cristo não há salvação, aceita como tal tanto pelos católicos quanto pelos ditos ortodoxos, é uma visão consequente da “tendência ao proselitismo”, tanto dos “ortodoxos” quanto dos católicos, e que isso parte de uma “eclesiologia obsoleta”; ou se vê também por este documentário feito por clérigos “ortodoxos” denunciando o ecumenismo e o sincretismo de vários “ortodoxos” ao tomarem parte nas reuniões promovidas pelas “autoridades” da seita do Vaticano II:
    https://www.sfaturiortodoxe.ro/filme-video/orthodox-awareness-film.php 
  7. Um exemplo notável foi a introdução de Palamas no Calendário Católico Bizantino foi realizada no Sínodo Greco-Melquita de 1971:
    https://web.archive.org/web/20210309014637/https://www.mliles.com/melkite/stgregorypalamas.shtml 
  8. Tal Sínodo, realizado pelo clero oriental da Igreja Católica Bizantina da Rutênia, foi aprovado pelo Papa Bento XIII na Constituição Apostólica Apostolatus officium, e foi elogiado pelos Papas Bento XIV, na Bula Ex Pro, Pio IX, na Encíclica Omnem Sollicitudinem, e Pio XII, na Encíclica Orientales Omnes Ecclesias. Tal trecho do Sínodo de Zamosk, no Titulus Decimus Septimus, pode ser visto em
    https://books.google.com.br/books?id=rmJBAAAAcAAJ&pg=PA123&dq=Georgium+Palamam+non&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiJo8GduqzpAhUEIrkGHcawCtUQ6wEIKzAA#v=onepage&q=Georgium%20Palamam%20non&f=false 
  9. Foi educado por jesuítas e tornou-se dominicano aos 16 anos. Estudou em Salamanca e lecionou em vários lugares, inclusive no Colégio Dominicano de São Tomás, em Roma, o futuro Angelicum. Em 1708, tornou-se prior do mosteiro dominicano em Bolonha. Em 1728, Bento XIII o fez cardeal e ele foi nomeado Patriarca Latino de Jerusalém. Quase foi eleito papa no conclave de 1740. O Papa Bento XIV o chamou de santo. Ele foi citado como autoridade e como um dos maiores tomistas de seu tempo pelo Papa Bento XIV, por Santo Afonso e pelo Padre Garrigou Lagrange. 
  10. Ele foi um teólogo dominicano. Viveu algum tempo em Roma como teólogo do Cardeal Altiere, devido a sua vasta erudição em filosofia, teologia e história. Em 1697, obteve o título de doutor e foi convidado a ser professor de Teologia na Universidade de Pádua. 
  11. Notavelmente um dos maiores tomistas franceses. Foi educado por jesuítas e ingressou na Ordem Dominicana. Recebeu o título de doutor em 1729. 
  12. Foi historiador, dominicano e membro muito respeitado da escola tomista. Era conhecido em sua época por sua eloquência. Obteve seu doutorado na Sorbonne. 
  13. Provavelmente o tomista do século XX mais conhecido atualmente. Lecionou no Angelicum de 1909 a 1964 e foi uma autoridade bem conhecida em sua época e um dos mais proeminentes opositores ao neomodernismo da chamada “Nouvelle Théologie” (“Nova Teologia”). 
  14. Um dos teólogos mais influentes e eruditos do século XVII. Era um especialista em línguas bíblicas e tinha uma impressionante familiaridade com todos os Padres, principalmente os gregos, cujas obras ajudou a editar e traduzir para o latim. Lecionou retórica, história eclesiástica e teologia em muitas universidades e, em 1639, tornou-se Cardeal por nomeação de Urbano VIII. Aos 60 anos de idade, parou de lecionar, mas continuou sendo bibliotecário e dedicou o resto de sua vida a escrever seu Opus de Theologicis Dogmatibus. “As virtudes de Petavius não eram inferiores ao seu talento; ele era um modelo de humildade e regularidade e, apesar de sua saúde frágil, praticava mortificações contínuas e severas” (J. Ghellinck, Enciclopédia Católica, 1910). 
  15. Um dos mais notáveis teólogos do século XIX. Ele foi professor de dogma em vários lugares e também era poliglota, o que o levou a dar aulas de hebraico, árabe, siríaco e caldeu. Foi também Consultor de muitas Congregações Romanas e atuou como teólogo papal durante o Concílio do Vaticano, onde foi um de seus teólogos mais influentes. O Papa Pio IX, em 1876, o nomeou Cardeal. A já referida Enciclopédia Católica diz que “como teólogo, Franzelin ocupa o posto mais eminente”. 
  16. Ele foi um jesuíta muito conhecido que escreveu manuais com a intenção de serem usados em seminários. Obteve seu Ph.D. em 1874, deu palestras em muitos lugares e foi um dos autores da já referida Enciclopédia Católica. 
  17. PDF disponível em:
    https://isidore.co/calibre/#book_id=3787&library_id=CalibreLibrary&panel=book_details 
  18. “Multa dicuntur esse in Deo et quidem sane catholiceque, sed multa unum; alioquin si diversa putemus, non quaternitatem habemus, sed centeneitatem: habebimus multiplicem Deum”. Para compreendê-lo melhor, lê-se a citação do Sínodo em Rheims feita por Ludwig Ott, reproduzida logo em seguida.

    O Papa São Leão Magno já ensinava o mesmo, como se lê pelo parágrafo 5º de sua 15º carta: “Nenhum homem é a verdade, a sabedoria ou a justiça, conquanto muitos sejam participantes da verdade, da sabedoria e da justiça. Somente Deus, porém, está isento de qualquer participação: e qualquer coisa que seja, independentemente de seu grau, que é dignamente predicada d’Ele, não é um atributo, mas a própria essência d’Ele. Pois no Imutável não há nada acrescentado, nem nada perdido: porque ser é sempre a propriedade peculiar d’Ele, e isso é eternidade”. 

  19. “Credimus et confitemur simplicem naturam divinitatis esse Deum nec aliquo sensu catholico posse negari, qui divinitas sit Deus et Deus divinitas… credimus, nonnisi ea sapientia, quae est ipse Deus, sapientem esse, nonnisi ea magnitudine, quae est ipse Deus, magnum esse est” (Denzinger, n. 389).