Extraído de uma edição de 1928 do livro “Na Luz Perpétua — Leituras religiosas da Vida dos Santos de Deus, para todos os dias do ano, apresentadas ao povo cristão” ¹

São Ludgero foi o grande Apóstolo e bispo da Frísia. Seus pais, Thiadgrim e Liafburg, eram naturais de Utreque. Ludgero nasceu em 744, em Zuilen sobre o Vecht. De tenra idade ainda, já manifestava a grande inclinação para o estudo e para o sacerdócio. Os pais, que eram religiosos, observando esta vocação, confiaram seu filhinho aos cuidados do abade São Gregório, sucessor de São Bonifácio, no convento de Utreque. Mais tarde, mandado para a Inglaterra, tornou-se discípulo do grande Alcuíno. Em 772, quando os frísios foram expulsos da Inglaterra, Ludgero voltou com eles para o continente. Em 777 foi promovido ao sacerdócio e recebeu o sacramento da Ordem em Colônia. De lá seguiu imediatamente para a Frísia, onde trabalhou 7 anos como missionário, erguendo-se a obra de São Bonifácio, tão barbaramente destruída pelos Saxões pagãos. Depois, em 784, dirigiu-se para Itália, onde ficou durante dois anos no Mosteiro do Monte Cassino. Neste ínterim deu-se a conversão do chefe dos Saxões, Widukind. Ludgero voltou para a Frísia e pregou o Evangelho em Helgoland. Em 796 principiou sua missão em Mimigard, na Vestfália, onde poucos anos depois fundou um grande mosteiro. Este mosteiro tornou-se tão importante, que ao seu lado a antiga cidade Mimigard quase desaparecia. O nome Mimigard caiu em desuso, dando lugar ao de Monasterium, nome este que, adaptado ao idioma germânico, se transformou em Münster.

Um outro grande convento foi fundado em Werden sobre o Ruhr, que teve uma duração de mil anos.

Ludgero é o protótipo do verdadeiro missionário católico. Instrumento na mão de Deus, tinha em mira só a glória de Deus, a propagação da doutrina cristã e a salvação das almas. Grandes regiões da Germânia setentrional devem a este Apóstolo beneditino a fé católica.

Incansável no serviço de Deus, a morte o colheu no meio dos seus trabalhos apostólicos, no dia 26 de março de 809. Seu corpo foi sepultado em Werden, sendo o seu túmulo glorificado por muitos milagres.

Reflexões

1. São Ludgero era amigo de bons livros. Que livros são os que dás preferência? Pertences àquela classe de católicos que pretendem poder ler tudo? Já viste alguém que tire das prateleiras da farmácia a esmo, qualquer droga para ingerir, dizendo que não lhe causará mal algum? Só um mentecapto poderia conceber tal absurdo. Há livros que não podem ser lidos por ninguém, como, por exemplo: livros que atacam a santa religião ou ofendem a moral. Estes envenenam o espírito e roubam ao coração o que de mais precioso tem. O indiferentismo religioso, reinante na sociedade moderna e o relaxamento moral, que se observa por toda a parte, são devidos, e quase exclusivamente, à má imprensa. A má imprensa corrompe, perverte e mata. Grande é a responsabilidade dos pais que deixam penetrar no lar jornais, revistas e livros ímpios, livres e obscenos. Livros maus, jornais ímpios e pornográficos podem ter só um destino: o fogo.

2. São Ludgero não interrompia suas orações para atender a quem quer que fosse. O respeito que devemos a Deus, requer que façamos bem a nossa oração e não a interrompamos ou perturbemos por qualquer distração. Principalmente quando assistimos ao Santo Sacrifício da Missa, devemos ter o maior recolhimento. Conversar na Igreja, quando devíamos rezar, é ofender a Deus e dar mau exemplo ao próximo. “A casa de Deus é casa de oração”. Se quiseres prova da cultura religiosa e da boa educação de alguma pessoa, observa como a mesma se porta na igreja.

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PDF desse livro disponível em: https://archive.org/details/pe-joao-baptista-lehmann-na-luz-perpetua-vol-i_202312 ↩